quinta-feira, janeiro 22, 2009
Reciclagem
Não opino. A verdade absoluta é que ando sem opiniões. E eu que era tão opiniosa.
O cérebro ultimamente colapsou e filtra-as como spams, palavras insidiosas que nos tolhem o silêncio. Eu limito-me a ouvir, quando oiço. Ás vezes faço de conta que oiço e fixo-os para lá de lá do que está por detrás da boca que se move em esgares. É estranho deixar de ouvir de repente e só ver as bochechas os olhos a ruga do nariz e da testa para cima e para baixo, e a boca a torcer-se à toa e muda. Ou será muda porque não a oiço? Tornei-me surda e ingrata?
Rabisco muito. Traços e tracinhos e sombras por debaixo e eu a deixar que falem sempre, muito e alto. Falam demasiadamente alto, a crista lateralizada e a pena do rabo projectada para o espaço carregado de iões de raiva e frustrações. Rabisco por hora naquele canto de papel que se torna gordo de tinta azul. A inchar. Eu, a abrir e a fechar gavetas emocionais ao ritmo das bocas mudas a um ritmo desconcertante.
Já volto. Tenho a lixeira cheia e vou lá fora fumar.
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não percebi bem. achas-te na necessidade de te reciclares, ou é aos outros que atribuis esse contributo para o meio ambiente das ideias? =)
ResponderEliminarfabulosa, ai de nós que não nos reciclemos de quando em vez.
ResponderEliminarimagina as gavetas a transbordar de notas e ofícios na maioria sem préstimo até para limpar o dito, e a gente a encalhar naquele aparato todo...
neste caso concreto ando mais a reciclar o que os outros opinam.
nu e cru é mais do género ando-me bem a cagar para os que outros dizem! ;)
Tão bom ficar mais leve, olha! espera! vou fumar contigo
ResponderEliminarbutes,
ResponderEliminarque ali naquele canto, o vento não chega.
:)*
Há coisas que não me aborrecem e essa é uma delas.
ResponderEliminarcaro mfc quando estiveres obrigado a permanecer sem fuga no meio de 30 galinhas todas a cacarejar ao mesmo tempo por um tempo infindável e durante 21 anos, logo me dirás se a coisa não te aborrece
ResponderEliminar;)