Ela caminhava entre os carreiros da vinha, absorta e de olhos vagos, depenicando de vez em quando pequenas bagas de uva preta. Nem sequer limpava o pó e excrementos de insectos nas calças antes de as trincar insatisfeita. Uma, depois outra e outra e outra. Isso era dantes.
Antes de se sentir morta por dentro.
Gerido o caos, agora orgulhosa da nova ordem estabelecida, porque voltou esta espécie de desordem emocional sufocante, a fera insatisfeita do instinto a mastigar-lhe insidiosa a pele da nuca, as gavetas novas e velhas da memória num frenesim de abre e fecha?
O que me andas tu a fazer cobardemente pela calada que eu não sei, mesmo sabendo?
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