domingo, abril 15, 2007

Galeria V

Ai...

Que fastio de criaturas apalaçadas, geométricos e gélidos salões amplo espaço onde tudo cabe e não está lá nada.

Ai.

Que fastio olhar de longe o esborratado da iluminura debruada a ouro fosco, enquanto me acomodo na borda da cadeira manca meio inglesada.

- Não me ouves?

- É porque estás lá longe, e os tectos são altos.

-Quê?

- E os brocados são do século passado.

-Fala mais alto.

-Os brocados. Os bocados dos brocados, consegues ver?

- Mal. Estão longe.

-Pois estão. Mas são brocados. Nas janelas. Não as abres de vez em quando?

Ai...
Que fastio de morte e os salões com tantas portas. E o eco titilante das moribundas traças cegas esvoaçantes, continua a dispersar-me.

9 comentários:

  1. curiosamente isto fez-me lembrar o slogan do Clio de há uns anos atrás: grandes p'ra quê?! ;)

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  2. eheheheh
    tens razão fábula, grandes para quê?
    ;)

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  3. Amiga JP:

    Quando puderes passa no In mente...

    :)

    Um beijo.

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  4. JP:

    Apalaçados e brocados inóspitos, p'ra quê!? Ai que fastio... Um beijo
    :))

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  5. fiquei a saber Chez Marie que havia festa por estes lados... pá, onde está o bolo? ;)

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  6. prontus ;) já vi que não é'qui, é no II, mas tb espreitei e lá num'via bôle!

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  7. na sou de bôles fábula :D
    nem me lembrava da anualidade, a marie é que é uma querida

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  8. ... e que fastio de fachadas e de figuras fúteis, fabulosas no seus fatos de fotografia;
    ...e das revistas rosadas, de criaturas espalmadas que se encornam nos intervalos dos dias;
    ... e dos meninos adultos que apontam armas às ideologias do sentir, porque trocaram o pensar pelo agir.
    ... e das mentiras avulsas ditas na televisão com imagens à mistura a convencer-nos de que vida é fácil, futil, fabulosa...

    ... mas é dura!

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