quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Guerras



Sorri-me sobre as palavras, de uma mulher que escreveu, “a beleza do texto não me espanta. Espanta-me que esperes o sol quando tu és mulher para o procurar até escondido atrás da lua, numa noite de luar”.

Que espanto é esse mulher, não sabes tu que os "guerreiros" precisam de dias de paz, refugiados e conscientes na respiração ofegante, à espera que o tempo deixe de doer? Para tudo tem que haver paragens. Rearmamento, aprendizagem de técnicas mais sofisticadas de formas de combate, reparação das armas, o próprio gozo dos bons momentos, não se saboreiam sem silêncio. O recolhimento em si, devia ser a única forma obrigatória para o reconhecimento das coisas, que de outra forma são vedadas. Não falo em isolamentos castrados penitentes, em forma de culpas e castigos. O homem é um ser de afectos, de libidos, que não devem ser jamais interditados.

Falo-te no saboreio em volúpia de tons, de sons espaçados melodiosos, de ventos que te embaraçam o cabelo e te trazem novas distantes. De olhos prazenteiros e cintilantes, escondidos sobre cílios trémulos. Do afago de colo que aquela rocha quente te dá. Dos sentidos remendados, em rotinas renovadas.

Quando for a hora, vestirás as "armas" que te balançam melhor na mão.
E desaparecerás por detrás da lua numa noite de luar.
Sozinha. Que as tribos são eficazes em guerrilhas de força bruta.
Aguardo em ansiedade controlada a próxima estação.
Tudo tem um tempo. O meu é este.
Mais um tempo nado. Mais uma ruga que me traça a pele.
Ontem renasci uma vez mais. Sem alaridos ou manifestações entusiásticas. Uns lembraram-se, outros não.
Os tempos são mesmo assim.
Passam.

11 comentários:

  1. não Pirata,
    as guerras não são apenas corpos esventrados,nem recordaçoes de velhos que outrora estiveram em África, ou noutros lados em que se continuam a praticar barbaridades.
    Nem pretendo falar de refugiados de guerras. Nem de politicas de guerra, essas deixo-as para os outros terem orgasmos ciclicos do que foi e do que é e, do que vem a seguir..
    Das tuas guerras que passaram há muito tempo atrás não quero saber.Experimenta ler sem pressas em vez de esperneares.
    não falo de ouvido,falo de mim
    não te armes em critico mordaz desocupado, fica-te mal
    a sonhar andas tu com pernas de pau e olhos de vidro e caras de maus

    ResponderEliminar
  2. Gosto tanto de te ler e não posso! Tenho antivirus por actualizar e, de cada vez que abro o Faz de Conta, o Panda desacta a encontrar virus nas páginas de pop up que abrem. Só me acontece aqui no teu e até já me tinha queixado antes, lembras-te? Por isso, por mais que goste de aqui vir ler textos como estes, sou obrigada a informar-te que, até o Panda estar completamente actualizado, não vou aparecer :(

    ResponderEliminar
  3. Não faz mal Hipatialudovina
    os escritos ficam por aqui, e depois tens mais para ler ;-)
    Mas olha que eu não tenho virus nem pops, apesar de alguns pops que aqui aparecem mas não são virus.
    Cá te espero :-)*

    ResponderEliminar
  4. Ohhh... o problema continua... sempre que venho ao teu blog abrem-se muitas janelas e para te comentar tem de ser aos bochechos amiga... entre fechar de janelas e escrever muito rápido... Um beijo da Bigodes

    ResponderEliminar
  5. Curioso, experimentei aqui np PC de minha casa e já consigo abrir sem problemas o teu blog! Já vi que deves ter um acordo com a minha entidade patronal para eu não cuscar blogs em horário de serviço! :D

    ResponderEliminar
  6. fazer a festa deitar foguetes e apanhar canas também cansa... que tal ela vir ter connosco, uma vezita ou outra?

    ResponderEliminar
  7. :)

    São as rugas que fazem os guerrilheiros. A experiência de se saber qual o objectivo que se quer. Mesmo que se pare para definir novas estratégias ou curar as feridas da guerra.

    E j.p., tu és uma mulher de armas! ;)

    ResponderEliminar
  8. e vem, sem cantigas
    temos é que saber reconhece-la
    :-)

    São as rugas e as cicatrizes Marietree
    Mas tens razão, ainda sei manejar muitas armas, mesmo em estado e inanição aparente
    ;-)

    ResponderEliminar
  9. gostei muito deste texto, sabes! Independentemente das referências... vejo-as como metáforas e agradam-me, embora veja também que elas partem de realidades duras... mas isso são atributos de cada um...

    ResponderEliminar