Quando nos damos a conhecer a alguém falamos de tudo e mais uns tostões , noventa por cento do tempo de emoções. Somos feitos de sentires que ninguém negue e é através da verbalização e do movimento corporal que nos despimos aos poucos, complicando ou descomplicando sinais que o outro atento tenta descodificar.
Entramos na fase, a novidade.
Depois, achamos de repente porque sim que adivinhamos tudo, que o outro já viu tudo, começando a coisa a baralhar-se a um ritmo frenético. Naquele dia não nos demos ao trabalho de explicar que os sinais da bandeira mudaram de cor. Sem bóia e o mar bravo acenamos ou afundamos, normalmente num mutismo que brama mais alto que palavras gritadas.
Começamos por nos justificar, lá para o fim encolhemos os ombros selando a concha arrastando devagar o tapete cheio de partículas perdidas em letras sem rumo que não se encontram no labirinto das paredes erguidas dia após dia.
Entra agora a segunda etapa, o poistábem.
Deixaremos então recados colados e setas nas veredas ao fim da tarde, mas a noite sobressalta-nos e o foco ficou no bolso da gabardina que está ao cimo das escadas pendurada atrás da porta.
É o inicio da terceira fase ou, da cegueira ao entardecer...
A foto é de Bobo Olsson
Seria uma injustiça deixar em braco a caixa de um post assim.
ResponderEliminarGosto deste teu registo, pá.
Obrigado shark
ResponderEliminareu também gostei
;)