sexta-feira, outubro 14, 2011

Não me fodam, pá!

Continuo a gritar que somos um bando de fracos costumes, ovelhas, porcos e vacas que pastam em pastos verdejantes como diz o Sr. Silva. Levantamos os olhinhos do chão e quem nos olha vê um brilho de felicidade uma boa aventurança que o verde raquítico do pasto reflecte nas pupilas.
Ontem depois de mais uma comunicação por altifalante à manada, em que não por mero acaso estava de serviço, e sim passo a vida no serviço a digerir falsos profetas, e sim não levo nem lá perto o ordenado base para casa, esdrúxulos mal paridos e mal formados que a educação não advêm de quantos anos andámos a passear os livros debaixo dos braços, os comentários mal se fizeram esperar que para comentários e caganças somos nós os maiores. O governo assim o governo assado, o governo frito, o governo parido vomitado cagado, o governo ladrão aldrabão, oh Salazar anda cá abaixo ver isto, dantes é que era, dantes é que coiso, agora nem p’ras férias e brinquedos, alvoraçados/as entre gargalhadas, pão com manteiga e revistas de moda e receitas da Bimby, num cacarejar absurdo e meramente produtor de saliva …
Camus escreveu:
 Existe uma parte do homem que não tolera a humilhação e o empreendimento essencial da revolta consiste em «substituir o reino da graça pelo reino da justiça». A revolta denuncia o absurdo. Mas a revolta surge mais como posição de defesa do que de ataque. Perante o absurdo, que atitude tomar? Camus imagina três possibilidades: suicidar-se fisicamente, suicidar-se metafisicamente (como a mãe de Jacques) ou manter-se no absurdo. Rejeita as duas primeiras possibilidades. «É preciso viver no absurdo. Como? Instaurando a revolta, a liberdade, a paixão. A revolta é protesto».
A inconsciência colectiva anda a corroer-me a carcaça. As manadas destrambelhadas fazem mais estragos do que é de supor. Não quero de todo que se vistam de preto carregado, nem que solucem agarrados ou que deixem de postar mais uma etiqueta afirmativa em que meia dúzia de seguida clica em “gosto”. O que eu quero é que deixem de me falar em produtividade, motivação, contenção, bonomia, assertividade, bom senso e outras merdas que a minha avozinha fez questão de me ensinar em pequenina, e que não debito inconscientemente no dia-a-dia sem fundamentações efectivas, papagueadas sem nexo só porque sim.
Não admito é que mais de uma centena de filhos da puta que gerem este país, (que nós continuamos a eleger e a aplaudir) que nem sequer se atrapalham nos corredores do Ministério, porque nem lá metem os pés, que vivem à grande e à francesa venham com falinhas mansas atirar-me com patacoadas.
Se me foderem que me beijem antes, não me atirem mais terra para a cabeça…

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