terça-feira, janeiro 17, 2006

Flores de papel

A Palavrinhas, que agora é uma Elipse onde os textos se entremeiam agradados, lançou um repto (esta palavra é engraçada...) e eis.




O cheiro da buganvília entra-me sem pudor nos sentidos. Reporta-me a cheiros de terra nuances de doces mel.
No tempo das fugas rápidas, era a enterrar as mãos nuas na terra, que a harmonia e o contraste me paravam no tempo que teimava em andar depressa demais.
E todos os dias a espiava, certa de que o meu olhar guardião a estimulava a crescer.
E todos os anos floriam, uma e outra camada de papel lilás.
Nunca me sentei debaixo dela na invasão do seu espaço.

E agora que a vejo por detrás do muro, sorrio.
E penso sempre, se um dia alguém se interrogará, corpo num lado e pés no outro das cadeiras brancas, quem foi o jardineiro de pés descalços e óculos de sol que a plantou.

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